Centro Espírita Maria Magdalena

A LEI DO AMOR

Educação dos Sentimentos: O Amor Janson de
Camargo, ed. Letras de Luz – Porto Alegre , 2002


O amor foi avaliado e discutido pelos filósofos e religiosos de todos os tempos. Os cientistas evitaram o assunto porque tem pouco a oferecer sobre este tema. O sociólogo Sorokin, de Harvard, explica que os cientistas desacreditam no poder do amor porque ele não pode ser colocado numa balança ou num microscópio. É ridículo, portanto, que uma força tão poderosa permaneça ignorada, sem ser investigada cientificamente. Alguns estudos, no entanto, já começam a aparecer no campo da medicina e da psicologia, bastante tímidos, é verdade.

O empobrecimento do vocábulo em nossos dias, ainda retrata a condição humana em que nos encontramos. A palavra amor ainda carece de respeito maior, vista que ela é ainda utilizada sem a elevação espiritual que deveria ter. Fizeram uma pesquisa entre jovens universitários no Rio de Janeiro sobre o que eles entendiam sobre a palavra amor. Oitenta e quatro por cento responderam que amor era atividade sexual. Vê-se, portanto a pouca profundidade de conhecimento a respeito desse tema. É produto veiculado pela mídia e sem a menor responsabilidade espiritual nos dias contemporâneos. O resgate de sua importância, de sua pureza, de sua transcendentalidade é a meta que temos que atingir. Sem ingenuidade, sem pieguismo, mas baseados na estrutura e na força de uma lei cósmica e fundamental para a conquista da felicidade social do planeta. Somente a
união de várias áreas do conhecimento (ciência, filosofia e religião) dará condições plenas para o homem conhecer a lei do amor e respeitá-la. Inclusive para seu próprio bem.


Allan Kardec abre um capítulo no Evangelho Segundo o Espiritismo sobre o amor. Ele tem por título “Amar o próximo como a ti mesmo”. O fundamento da lei do amor está justamente aí: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. É o substrato de todo o Evangelho, a essência de toda a lei. Jesus resumiu toda sua doutrina nessa assertiva, tal é a sua importância. Tanto assim que Fénelon, ao falar nesse capítulo, disse que todas as outras virtudes são filhas do AMOR, isto é, as demais virtudes são orvalhadas pela virtude-mãe. Possuem em
cada uma delas uma partícula de amor, por isso são virtudes.


Os efeitos da lei do amor são o melhoramento da raça humana e a felicidade dos homens durante a sua vida, é o que preceitua esse dispositivo da constituição divina. Como toda lei, existem aqueles que seguem e aqueles que fazem olhos de mercador. Esquecem, estes, que toda lei divina é perfeita e que não a seguindo estaremos sujeitos à sanção dessa lei: o sofrimento. Não existe outro caminho senão aquele preconizado pelo amai-vos. Não existe. Fora desse caminho o homem se perderá e a dor produzida nessa estrada transversa o conduzirá novamente à direção preconizada pelo amor. O indivíduo não aguentará viver eternamente fora da lei do amor, porque está ínsito nele o desejo de felicidade, e a felicidade somente será obtida através dessa via de acesso. Não foi em vão que Espírito de Verdade, no capítulo VI do livro citado, asseverou: “Espíritas, amai-vos, este é o primeiro ensinamento; instrui-vos, este é o segundo”. A conjugação desses dois itens oferece ao espírito as condições para a conquista de sua plenitude. É o cultivo de uma semente até que ela venha a produzir os frutos da sabedoria e do amor.


Lázaro, no Evangelho, disse que “o espírito precisa ser cultivado como um campo”, isto é, ser trabalhado diuturnamente até que ele comece a produzir para o progresso seu e da sociedade em que labora.

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